Out of the mix, uma dream girl a viver a sua dream life. Rita sabe como romantizar a sua vida com ou sem lovers – ela não precisa de ninguém para se tratar como uma princesa e se proporcionar os melhores dates.
Inspiração para as letras de muitos dos vossos rappers favoritos, mas será que eles também a inspiram?
Nesta entrevista, mergulhamos nos rituais mais íntimos desta musa, exploramos como é viver uma vida empoderada e sex-positive num país que nem sempre está preparado para isso, e o impacto dessa presença digital na sua vida amorosa.
E hoje, no Dia dos Namorados, quem melhor do que ela para nos ensinar a arte de namorar a nós mesmes?
Bem-vindes à Sexy Talk com Rita 💋
INSEGURANÇA SOCIAL: Hey sexy, para ti, o que significa romantizar a vida de forma genuína? Quais são os pequenos gestos ou rituais do teu dia que te fazem sentir conectada contigo mesma, e como acreditas que isso influência o teu bem-estar e a forma como te relacionas com os outros?
RITA:Girl let me start by saying this: eu era do tipo de ficar deprimida à espera que alguma coisa de jeito acontecesse, achava que a minha vida era granda seca, plus vivo no meio do nada e sinto que isso sempre foi um grande fator para nunca ter tido muitos amigos e nunca me conseguir identificar com ninguém do meu meio; dava scroll nas redes sociais e comparava a minha vida à dos outros, via toda a gente a viajar, as suas relações amorosas e grupos de amigos perfeitos… e dava por mim tipo stuck. Estava constantemente à espera que um milagre acontecesse e que viesse alguém “salvar-me” para que a minha vida começasse a ser mais parecida com a dessas pessoas random, invés de começar a vivê-la com que o que tinha naquele momento, sinto que comecei a “viver” tarde de mais e que perdi muito tempo à espera de cenas que nem hoje tenho e se não tivesse mudado até hoje ainda estava à espera. A realidade é que não precisas de ninguém mesmo para além de ti mesma. É que estava num estado tão deprimente e negativo que a minha vida era só isso. Fake it till you make it é tão real, é sobre te forçares a estar feliz, meteres-te num pedestal até que um dia o teu subconsciente começa mesmo a acreditar nisso e se torna natural. Pelo menos para mim foi isso. Estás a ver aquele cliché, que diz que o segredo é ver a beleza nas coisas simples, sem precisar que seja tudo perfeito para ser especial, transformar o comum em algo significativo, i mean a mudança começa mesmo em nós e na nossa forma de pensar, parar pensamentos de coitadinha… a vida fica mesmo mais leve quando tornas tudo um bocadinho mais especial; literalmente o processo de te arranjares para o dia, fazer disso quase um show, girl eu berro lyrics, abano rabo im really feeling myself, quando sais de casa já ficas com aquele pensamento de não tem para ti; arranjo-me e meto o outfit mais cute possível para a aula de yoga e estou la com outra vontade; fazer da skincare um ritual; i mean é sobre isso… Essas pequenas coisas importam e influenciam o meu bem-estar, e quanto melhor estiver comigo mesma, melhor estou com os outros à minha volta. Mas mais importante do que os outros, tornei-me mais próxima de mim mesma, permiti-me conhecer-me melhor e compreender as minhas necessidades, com essa perceção, deixei de procurar nos outros por algo que me preencha, porque já me sinto completa sozinha.
INSEGURANÇA SOCIAL: Uma música que consideras que transmite o teu jeito de amar ou a tua perceção do romântico:
RITA: Just Might da Summer Walker lmaooo…
INSEGURANÇA SOCIAL: Rita, sinto-me como mulher muito inspirada com o teu conteúdo, ver uma parte tão cuidada e poderosa da tua vida pelas redes sociais faz-me sentir a mim também poderosa, mas já sentiste que algumas pessoas te reduzem ao que mostras online, especialmente em contextos de dates? Se sim, como lidas com a diferença entre ser vista como uma presença digital e ser conhecida como a pessoa que realmente és?
RITA: Como uma mulher que se auto sexualiza, em prol de taking back my power, ter pessoas a me reduzirem a isso é o prato do dia, como se é de imaginar. No contexto de dating é frustrante, sou vista como uma pedra sem sentimentos e estão sempre a confundir empoderamento com disponibilidade. Mas não vou mentir, há em certo prazer em desconstruir expectativas. Ser sexy online não anula que seja uma lover girl irl, sexyness e deepness não se anulam, they coexist. Eles ficam meio que assustados quando vêem que eu tenho coração mas amam. I mean, aprendi à força a diferenciar desejo de conexão real, i feel like homens não estão à procura de relações com significado anymore e muitos deles não são sinceros com o que querem, porque sabem que para ter acesso a ti precisam de dizer o que queres ouvir. Cabe a nós não ignorarmos as red flags e desconfiar de tudo! Sou uma pessoa extremamente picky e rigorosa com quem permito entrar na minha vida, devido a experiências anteriores, e também é uma constante confundirem esses traits com arrogância, mas é sobre saber que a tua energia é um privilégio e o teu tempo é mesmo valioso. Tenho as minhas ideias do que quero bem definidas, e não quero nada menos do que isso mesmo. Depois ainda tenho outro fator que complica mais ainda a parte da vida amorosa, que é a forma como me mimo e como é difícil encontrar alguém que me trate melhor do que eu mesma, porque para mim não faz sentido estar com alguém que me dê menos do que eu me dou. Plus se me reduzem ao que posto, acho que o problema não está em mim, mas ao olhar limitado de quem vê; e nada que não me eleve merece o meu tempo tbh.
INSEGURANÇA SOCIAL: Priorizar-te já te afastou de pessoas ou gerou julgamentos? Como aprendeste a navegar essas situações sem perder a tua essência?
RITA: SIM! Quando estabeleces limites e queres o que queres, geralmente interpretam isso como egoísmo, mas na realidade se assim o interpretam, é porque não respeitam as tuas necessidades e é quase que como uma auto-seleção natural, há pessoas que têm que ir e está tudo bem mas o eu quero nunca foi negociável. Mínimo erro, tou a cortar, somos adultos, comunicamos, sabemos o que fazemos period. Não tenho paciência para educar ninguém a como tratar as pessoas.
INSEGURANÇA SOCIAL: Já tiveste momentos em que te sentiste desconectada de ti mesma? O que fizeste para te reencontrar?
RITA: Girl….sim, continua a ser um processo. Para mim arranjar-me, praticar desporto, fazer yoga e inclusive a música que ouço influencia how much I feel like myself. Sendo alguém, que aprendeu a gostar de estar sozinha às vezes sinto mesmo necessidade de não ver ninguém à frente e mudar de ambiente, daí ir passar uns dias noutra cidade e mimar-me extra mega mais, ser algo tão importante para mim, ajuda-me a encontrar-me.
INSEGURANÇA SOCIAL: Há um momento, pessoa ou memória específica que te inspirou a romantizar até os detalhes mais simples do dia a dia? Podes partilhar essa história?
RITA: O meu breaking point foi quando saí de uma relação de 4 anos, tendo começado nos meus early 20’s e acabado nos meus late 20’s, e apercebi-me que tinham sido 4 anos privada de tudo o que antes gostava de fazer. Além disso eu acho que os nossos 20’s são os anos provavelmente mais importantes para desenvolvimento pessoal e acho que acabei por perder imenso nessa parte. Estava a viver com um homem noutra cidade que não era a minha, que não me levava em dates, que não festejava festividades, com quem nunca experienciei viajar, não me deixava usar as roupas que eu queria, nunca valorizou nada do que eu fazia, and just acted like he hated me really. Quando acabou, estive triste no máximo 3 dias e fiquei tão aliviada que não demorou nada a recuperar a vida que tinha antes e melhorá-la. Tudo o que queria fazer numa relação, tudo o que queria que um homem fizesse por mim numa relação, eu fiz sozinha e dei-me a mim mesma. É bue crazy porque literalmente não me reconheço de todo naquela pessoa, e não percebo como permiti essa relação acontecer e estar tanto tempo tipo eu estado vegetal com um homem… Penso que com a idade surge aquela vontade de assentar e a pressão de acelerar o processo, e que o que acontecesse muitas vezes é acabarmos em relações infelizes com alguém com quem não somos compatíveis, só porque estamos desesperadas com essa ideia ou emocionalmente carentes. Por isto que construir um relacionamento connosco mesmas primeiro é tão importante para perceberes o que queres e não deixares que ninguém abale a tua vontade.
INSEGURANÇA SOCIAL: Para alguém que quer começar a cultivar amor-próprio e não sabe como, que passos simples sugeres? E qual seria a tua sugestão de um solo date perfeito para quem precisa de inspiração?
RITA: First things first, traçar limites, off com tudo o que te faz sentir mal e que te desgasta ou o que simplesmente não queres na tua vida, não tem de fazer sentido para mais ninguém se não para ti mesma. Cortar sem hesitação quem não os respeita. Cuidar do corpo, todo o dinheiro que gastas contigo mesma é um investimento. Não é sobre atingir um padrão, mas sentires-te bem nele. Passar tempo sozinha – aprender a gostar da própria companhia, sem distrações externas e sem necessidade de validação. Levares-te nos dates que estás à espera há mil anos que alguém te leve; superar o medo da falsa humilhação por estares num sítio público sozinha vai te trazer auto confiança, independência, aumentar o teu instinto e intuição, basicamente vais crescer.
SOLO DATE RITA’S RECIPE
Okay é de frizar a importância de não andares à pressa, tira fotos e pls não atendas chamadas que te vão meter ansiosa.
First go get an iced latte, é obrigatório, depois dar uma volta sem destino, encontro sempre novos sítios randoms incríveis! Para uma pausa de andar, get a drink, vai a um rooftop and take your time there. Para terminar o dia vai àquele restaurante fancy que andas a namorar for ever e pede sobremesa!!!
E o self love não acaba quando o date acaba, veste o teu pijama mais sexy, mete a tua playlist e faz uma máscara facial when you get home.
Btw por favor não te arrastes de casa para te mimares (que é sobre isso que um date é),, não é uma obrigação, é um presente para ti mesma <3
Ver esta publicação no Instagram
INSEGURANÇA SOCIAL: O que dirias a alguém que está com preguiça, vergonha ou ansiedade de se oferecer um solo date e passar tempo consigo mesmo?
RITA:Se a ideia de um solo date parecer assustadora ou weird ou desconfortável, i been there, eu percebo, mas girl nobody cares literalmente…toda a gente está ocupada demais com as suas próprias vidas. Para além disso, estares confortável a fazeres coisas sozinha não é de todo motivo de vergonha, até pelo contrário e podes fazer o que quiseres sem questionarem. Quanto mais o praticas mais natural se torna periodt.