SEX SHOPPING #2 MAGIC WAND E O LADO POLITICO DO PRAZER

by | Mai 15, 2025

sex shopping magic wand revolução

 

 

 

 

Bem-vinde à segunda edição da rubrica Sex Shopping.
Hoje, vamos explorar uma verdadeira lenda do prazer: as varinhas mágicas — ou, como talvez já tenhas ouvido, magic wands.

Será que este brinquedo merece um lugar na tua coleção? Ou é só fama sem fundamento?
(Spoiler: não é só hype.)

Sem querer causar intrigas entre ela e o adorado sugador clitoriano… a magic wand teve um papel revolucionário na forma como entendemos — e vivemos — o prazer.

Mas antes de te deixares levar pelas vibrações, convém conhecer a história por trás desta varinha que já foi muito mais do que um brinquedo sexual.

 

Tudo começou em 1968, Quando a empresa japonesa Hitachi — conhecida por fabricar tanques, aviões e supercomputadores — criou, sem querer, um sex symbol.

Era suposto ser um massajador, mas o público feminino decidiu que havia uma certa área que precisava mais de massagem do que outras.

 

 

Nos anos 70, foi a sexóloga e artista que transformou o Hitachi num instrumento de revolução.

Ao perceber que muitas mulheres fingiam orgasmos, tornou-se uma das pioneiras do feminismo sex-positive e criou o Bodysex: workshops de masturbação onde ensinava mulheres cis a descobrirem o seu prazer — com um vibrador, espelhos e as próprias mãos.

A missão dela era destruir a vergonha do auto toque.

“A masturbação passou a ser vista como uma forma de recuperar a autonomia corporal e promover a libertação de género, e o vibrador tornou-se uma ferramenta de apoio nesse processo.” Elisabeth Neumann, sexóloga e diretora de pesquisa na Lovehoney.

Podemos dizer que, a partir daqui, a vergonha sistémica em torno do prazer feminino começou a ser cada vez mais questionada — e passou a ocupar um lugar central nas lutas feministas.

Para muitas mulheres, a descoberta do orgasmo não era apenas sobre prazer: era sobre poder. Era sobre reagir, rejeitar a culpa e afirmar que a libertação sexual também era (e ainda é) um caminho importante rumo à igualdade.

 

Estava numa loja da Macy’s em 1974 prestes a comprar o seu Hitachi quando, após um atendimento constrangedor, teve a ideia que deu origem à Eve’s Garden, a primeira sex shop feminista, alegadamente.

Inspirada por Betty Dodson, Williams queria criar um espaço seguro onde as mulheres pudessem comprar vibradores sem sentirem essa tal vergonha.

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Betty Dodson e Dell Williams, icónicas <3

 

 

Também ela teve um papel fundamental na popularização do magic wand como aliado da libertação orgásmica! Em 1976 publicou o livro Good Vibrations, com o Hitachi Magic Wand na capa! E em 1977 abriu uma loja com o mesmo nome em São Francisco. Blank vendia os vibradores quase a preço de custo, priorizando a acessibilidade e a educação sexual em vez do lucro.

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A Hitachi nunca admitiu que o seu massajador era usado como vibrador — mas tornou-se impossível negar. Massajadores são ótimos, mas o que precisamos é mesmo de um vibrador, ok?

Em 2002, Sex and the City tirou o brinquedo do armário: Samantha chamou o wand de vibrador em horário nobre. Em 2012, a Hitachi retirou o seu nome do produto, que passou a chamar-se Magic Wand Original, agora sob distribuição da Vibratex, que o aceita como ele é: um instrumento de prazer, sexual!

 

sex shopping magic wand

 

 

 

  • O seu uso específico externo, não interno.
  • Não ter género
  • Parece um microfone
  • Pode ser gigante e pesado
  • Pode ter de ser ligado á corrente
  • Motor industrial, orgasmos rápidos e “agressivos”.
  • Pode ser usado por cima da roupa
  • É literalmente o melhor massajador de costas e pés que podes ter na gaveta

 

Então se tens dificuldade em atingir o orgasmo, o Magic Wand pode ser uma FORTE ajuda, se já atinges, mas queres algo verdadeiramente intenso, vais adorar.

 

 

 

  • Escolher materiais tóxicos — prefere silicone médico ou materiais hipoalergénicos
  • Ignorar se é à prova de água
  • Usar sem lubrificante à base de água
  • Forçar apesar do desconforto
  • Não limpar após o uso

 

 

 

Para escolher a wand ideal, deves sobretudo pensar no tipo de uso que queres fazer desse:

Vives com os teus pais ou com colegas com quem não tens muita intimidade? Então talvez prefiras uma opção mais silenciosa.
Gostas de usar no banho? Nesse caso, procura uma versão sem cabo e à prova de água.
Queres algo prático para levar na mala para um date? Aí, sim… o tamanho importa.

Para te ajudar a encontrar a tua varinha mágica perfeita, preparamos um pequeno guia com tudo o que deves considerar antes de comprar.

No site da Mysexshop, encontras todas as características explicadinhas — e, se usares o código INSEGURA10, ainda tens direito ao desconto exclusivo do Insegurança Social.

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rebeca.verde.mail@gmail.com

 

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